Outras faces de mim...

  • E finalmente o que ela sentia deixou de ser ansiedade, deixou de ser apatia. Virou apenas saudade...

Friday, October 30, 2009

Fogo

Nunca fomos nada
Além de desejo
Uma forma errada
Um lampejo
Mas por que do nada
Eu já não festejo?
Estou tão magoada
Sem seu beijo

Sei que nada posso esperar
Você nunca quis nada além
De beber de mim, me desfrutar
De querer o que eu queria também

Mas por que agora, que chegou ao fim,
Não se apaga em mim esse fogo aceso,
E me queima o peito, arde até o fim?
Vai queimar até esgotar meu desejo

Que é combustível, alta combustão
Que me turva a mente, que me joga ao chão
Que me lança longe e afasta meu juízo

Desejo insano, verdadeiro, intenso
Que mais me confunde quanto mais eu penso
Que me tira o foco e tudo que eu preciso...

Friday, October 23, 2009

Fagulhas

Fagulhas.
Foi só isso que ficou de tudo.
Da paixão, do apego, do meu mundo.
Foi só sonho, só mentira o que sobrou.
O que mais dói é encarar a realidade.
Descobrir que não tenho amigos de verdade.
Pelo menos, não por perto.
Dói não tê-lo aqui.
Pois você é uma lembrança boa.
Você representa a felicidade que eu já experimentei.
E o ponto de maior desequilíbrio que eu pude alcançar.
Você fez parte dos maiores opostos.
Dos extremos da minha vida.
Do céu da felicidade.
E do inferno da sua partida.

Tua fuga, minha fuga...

Eu não quero mais tua covardia
tua falta de amor
tua tara não sadia
teu silêncio e tua dor
Já não sonho com teu toque
mas teus beijos ainda queimam
os teus lábios terroristas
que em explodir ainda teimam
Tenho medo dos teus olhos
do veneno em teu sorriso
dessa força sobre-humana
do calor que eu preciso
Temo ver-te frente a frente
pois teu corpo é meu abrigo
teu olhar me hipnotiza
tua boca é meu castigo
Esse peso nos meus ombros
é o desejo que consome
que me toma e me domina
junto ao medo que me tolhe
Já não quero te encontrar
pois a brasa aqui acesa
corre o risco de que ainda
se incendeie e eu me perca
Como posso evitar
pensamentos tão intensos
essa falta dos teus braços
que atormenta os pensamentos?
Não te culpo, não me culpo
faltam forças pra nós dois
pois, se tudo acaba um dia,
o que é que vem depois?
Só queria ter um sonho
que pudesse ser real
no domínio do teu ser
ser teu bem, teu ideal
Foi pra sempre a tua queda?
E tua fuga, foi também?
Já não sei, mas, se quiseres,
nosso amor pode ir além
Mas que amor, se não me amas?
Que carinho, se fugiste?
Só o que sinto permanece
Qual o risco que assumiste?
Eu só quero que tu saibas
que a ferida aqui aberta
já não dói, mas arde a falta
do teu colo que liberta
que me cura, me consola,
que alivia qualquer dor
Mas deixaste a porta aberta
Já não queres meu amor...

Monday, October 12, 2009

Indiferente

Às vezes ainda sinto falta
do teu jeito calmo
de beijar minha boca
de me olhar nos olhos
numa calma louca
um desejo pleno
me invadindo aos poucos...
E então me pergunto
até onde é real
até onde isso é pele
o quanto é natural
o quanto é fantasia
sem ser carnaval
se foi amor de um dia
ou vai ser imortal
O certo que eu
já não posso te esquecer
pois muito do que eu era
sumiu com você
Me transformei demais,
mudei a minha vida,
vendi a minha paz,
mas você nem liga.
Você nem liga.

Meu tempo a ti pertence...

O tempo passa mais depressa
desde que te conheci
pois preencho os meus dias
com o pouco que já tive de ti
Cada segundo é repleto do teu ar
do teu olhar
da tua força apelativa
Estou viva
só pra te reencontrar
E os dias passam...
numa sequência inconsequente
numa velocidade alucinante
numa dor dilacerante
num sem rumo, rumo a ti
sem que eu saiba onde estejas
São tuas as horas
teus os dias
e os meses
São só tuas tantas vezes
que eu choro sem razão
Não vejo o tempo passar
se não sinto tua mão
a me tocar...
Vivo da tua lembrança
pois nada mais existe
desde a última vez
que o tive
pois todos os meus planos
incluíram teu nome
e pra ti, fui só um engano
um desejo enorme
que cedo acabou
Parei no tempo
ao teu lado
E onde estás
que não te acho?

Friday, October 9, 2009

Partida

Mas quando você foi embora, e disse que não dava mais
Tentei te alcançar lá fora, mas você fugiu pelo cais
Saiu navegando em meus sonhos, partiu sem deixar ilusões
E eu fiquei me arrastando, tão presa a minhas emoções
Mas nada ficou de verdade, nem mesmo o que havia entre nós
Eu não senti nem saudade, nem mesmo ao ouvir tua voz
Pois tudo o que você era, tudo o que me iludiu
Ficou num tempo de espera, foi pelo espaço, sumiu
E o que restou pro meu mundo foi teu lado diferente
O que não sabe de amor, o que não sabe da gente
O que sobrou de você foi só uma parte insana
Que desagua nos teus olhos pra fingir que não me ama.

Thursday, October 8, 2009

Planos

Se quiseres beber meu sangue
pra sugar o meu amor
não há mais por onde entrares
não vou mais ceder à dor
Eu não quero ser escrava
teu remédio ou veneno
Posso até curar teu karma
mas não teus sonhos pequenos
Não vou ser o teu refúgio
pra esconderijos banais
Não vou matar tua sede
numa loucura fugaz
Não vou viver me escondendo
das profundezas do amor
só pra poder me render
ao teu ciúme e temor
Não quero ser tua metade
pois nunca seremos um só
Estou aqui pra mostrar-te
que sem ti eu sou melhor
Pois sonhos possíveis eu tenho
conheço as limitações
conheço teu mundo pequeno
e tuas inúteis paixões
Por isso esqueças teus planos
teus desejos ou o que for
caso queiras beber meu sangue
pra sugar o meu amor...

Sozinha

Passam as horas como sonhos se arrastando
Atravessando um mar de solidão
Um deserto escuro e sombrio
Onde só ouço as batidas do meu próprio coração
Onde havia dois, numa só cadência
O que veio depois, ao fim da inocência
Foi o desespero, essa angústia louca
Esse pesadelo, o coração na boca
Que já está tão longe dessa boca sua
Essa fonte doce que me punha nua
Todo aquele sonho que ficou no plano
E hoje estou aqui, sem saber ao certo
Porque foi fugir estando já tão perto
De saber, enfim, o quanto eu te amo...

Wednesday, October 7, 2009

Ardendo

Não sei se ainda te quero.
Te desejo, não há dúvidas...
Mas já não te espero.
Já que nessa infinita vontade,
me desmancho em pensamentos,
mas sou eu, não você, quem arde.

Soneto confuso...

Perder-me... Perder-te...
Não sei, já não sei o que sinto
Estou tão confusa
Me faça entender...

O que mais importa,
se não há caminhos,
se não posso mais
escapar de você?

Estou tão estranha,
confusa, assustada...
Com que? Eu não sei.

Só sei que me arranha
a louca vontade...
Mas eu não me dei.

Perdida...

Mas não vá ficar assim,
se escondendo das verdades.
Eu não sei o que há em mim,
eu já não sei se tu ardes.

Tenho medo do que vem,
não entendo minhas vontades.
Não queria me perder...
mas eu sei que já é tarde.

Toque

Um simples toque seu
já me faz derreter
por completo...
Pensei que não seria mais assim
mas você mexe comigo
com a minha libido
com tudo que sou.
Eu sinto meu corpo render-se
trair-se
ao tocar em você
um frio percorrer a espinha
deixando o desejo por mais
a vontade na boca
que não passa
não passa...
Eu me entrego no olhar
o meu corpo se entrega
sem você perceber...
Vou e volto nessa sensação
se você simplesmente
pega minha mão...
e a prende.

Abandono

E se eu rasgar meu peito
me expor num deserto
perder os sentidos
sem você por perto

você vai sentir
gana de voltar,
ou, estando imune,
vai me abandonar?

Tuesday, October 6, 2009

Fim

Não quero mais falar de você
Não quero mais perder a paz
sem te esquecer
Tenho que entender
que não fui eu quem te perdi
Me apaixonei, tentei te ter,
não consegui
E, no final, eu vejo que é melhor assim
já que a verdade
é que você perdeu a mim
pois outro alguém como você é fácil achar
quem queira transas
sem esperança
e sem gostar
Mas quem se entregue
quem seja leve
não é fácil assim:
Vai ser difícil pra você
encontrar alguém igual
a mim.

O que sou...

Sou só, singular,
circular
Sou eu, sou você
somos nós
a procurar um novo espaço
para que eu seja
aberta, plural,
espiral...
em você.