Outras faces de mim...

  • E finalmente o que ela sentia deixou de ser ansiedade, deixou de ser apatia. Virou apenas saudade...

Sunday, February 7, 2010

Odeio

Odeio.
Odeio esse teu olhar travesso
como se me despisse
sem ninguém notar.
Odeio esse azul cinza dos teus olhos,
essa incógnita presente e inconstante,
de uma cor tão fria e tão brilhante
mas que esquenta minha espinha e faz queimar.
Odeio essa fraqueza em meus joelhos,
essa tontura que me toma ao te tocar.
Odeio olhar pra mim no teu espelho,
e ver tanto desejo em teu olhar.
Odeio, mais que tudo, o teu poder,
tua força, que domina o meu pensar.
Odeio teu silêncio e tua fala,
teus mistérios, tua clareza,
tanta loucura, tanta incerteza.
E odeio, mais ainda, te desejar.
Odeio estar em tuas mãos e me perder.
Sim, odeio.
Você.

17 comments:

  1. Quanto ódio nesse desejo intenso.
    Dizem que quando se odeia muito alguém desta forma é que se ama, lá no fundo...

    Belíssimo texto, como sempre querida.
    Parabéns. Demais...

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  2. Muito lindo, perfeito, diz tudo.

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  3. Perfeita sua descrição
    do ódio vazio e sem sentido.
    Para tamanha e lúcida inspiração,
    é necessário amar de um modo desmedido.

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  4. Querida Roberta, esta é uma transfiguração dos nossos sentimentos, das nossas realidades, das verdades eternas comuns aos escritores. Nem preciso dizer que, na sua condição de poeta, sua escritura é excelente. Muitos beijos pra você, linda. Continue fazendo sucesso.

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  5. A d o r e i!
    Avisa sempre que postar algo, pois o email demora a comunicar e às vezes falha.
    Dia inspirado...

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  6. Também odeio tudo isto.Seu poema tem uma temática bem universal, pois senti bem o que sentia quando o produziu.
    Bjks

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  7. Eu odeio odiar. Mas é o ódio que move e transforma. Mal necessário.

    Beijos

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  8. Lindo texto Roberta, e dessa vez me surpreendeu. Esse ódio que sentimos por nos perdermos por amor, ah como arde. Porém é ele que nos faz tomar as decisões, para o bem ou para o mal.

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  9. O amor nunca esteve tão perto do ódio. A fragilidade humana provoca sentimentos contraditórios mesmo... Adorei teu poema.

    Beijos

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  10. Roberta, sua prosa é realmente bela. Transformaste um sentimento desprezível em algo tão belo. Coisas que a poesia explica.

    Eu diria que odeio quando leio coisas que gostaria de ter escrito. Mas usar o mesmo verbo o qual baseou todo teu texto, ficaria batido, sem graça e clichê. E odeio ser clichê. =)

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  11. Ah, eu chegeui aqui por conta da dêeme que me mandou. Obrigado. Vou lincar o Versos de Mim lá na Coluna Fantasma. E caso lhe apeteça, acesse e comente lá. Esse ano volto com força total. O Twitter há deixar. ;)

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  12. Como vês, a até o ódio é tratado com docura pela doce Roberta.
    Este poema me dá mais certeza sobre minha antiga teoria: O ódio é apenas o amor que perdeu suas principais características.

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  13. As ânsias tão fulgázes denotam um equilíbrio desequilibrado. Um ser na nevasca do sentir, onde o ódio é só mais um refinamento... perfeito moça. Lembrou-me o "Odeio" do Caetano Veloso:

    "... Veio e não veio quem eu desejaria se dependesse de mim. São paulo em cheio nas luzes da Bahia. Tudo de bom e ruim. Era o fim, é o fim, mas o fim é demais também.

    Odeio você, odeio você, odeio você, odeio!..."

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  14. Roberta,
    Descreveu meu sentimento hoje... mas acho que sinto raiva de mim, por amar tanto, e não ódio dele!
    Ah, os efeitos são ... indescritíveis!
    Gostei daqui...
    Um beijo

    http://meninamisteriosa.wordpress.com/
    http://www.aceuabertodaboca.blogspot.com/

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