Odeio.
Odeio esse teu olhar travesso
como se me despisse
sem ninguém notar.
Odeio esse azul cinza dos teus olhos,
essa incógnita presente e inconstante,
de uma cor tão fria e tão brilhante
mas que esquenta minha espinha e faz queimar.
Odeio essa fraqueza em meus joelhos,
essa tontura que me toma ao te tocar.
Odeio olhar pra mim no teu espelho,
e ver tanto desejo em teu olhar.
Odeio, mais que tudo, o teu poder,
tua força, que domina o meu pensar.
Odeio teu silêncio e tua fala,
teus mistérios, tua clareza,
tanta loucura, tanta incerteza.
E odeio, mais ainda, te desejar.
Odeio estar em tuas mãos e me perder.
Sim, odeio.
Você.
E finalmente o que ela sentia
deixou de ser ansiedade,
deixou de ser apatia.
Virou apenas saudade...
Quanto ódio nesse desejo intenso.
ReplyDeleteDizem que quando se odeia muito alguém desta forma é que se ama, lá no fundo...
Belíssimo texto, como sempre querida.
Parabéns. Demais...
Muito lindo, perfeito, diz tudo.
ReplyDeletePerfeita sua descrição
ReplyDeletedo ódio vazio e sem sentido.
Para tamanha e lúcida inspiração,
é necessário amar de um modo desmedido.
Querida Roberta, esta é uma transfiguração dos nossos sentimentos, das nossas realidades, das verdades eternas comuns aos escritores. Nem preciso dizer que, na sua condição de poeta, sua escritura é excelente. Muitos beijos pra você, linda. Continue fazendo sucesso.
ReplyDeleteA d o r e i!
ReplyDeleteAvisa sempre que postar algo, pois o email demora a comunicar e às vezes falha.
Dia inspirado...
Também odeio tudo isto.Seu poema tem uma temática bem universal, pois senti bem o que sentia quando o produziu.
ReplyDeleteBjks
Eu odeio odiar. Mas é o ódio que move e transforma. Mal necessário.
ReplyDeleteBeijos
Lindo texto Roberta, e dessa vez me surpreendeu. Esse ódio que sentimos por nos perdermos por amor, ah como arde. Porém é ele que nos faz tomar as decisões, para o bem ou para o mal.
ReplyDeleteO amor nunca esteve tão perto do ódio. A fragilidade humana provoca sentimentos contraditórios mesmo... Adorei teu poema.
ReplyDeleteBeijos
Roberta, sua prosa é realmente bela. Transformaste um sentimento desprezível em algo tão belo. Coisas que a poesia explica.
ReplyDeleteEu diria que odeio quando leio coisas que gostaria de ter escrito. Mas usar o mesmo verbo o qual baseou todo teu texto, ficaria batido, sem graça e clichê. E odeio ser clichê. =)
Ah, eu chegeui aqui por conta da dêeme que me mandou. Obrigado. Vou lincar o Versos de Mim lá na Coluna Fantasma. E caso lhe apeteça, acesse e comente lá. Esse ano volto com força total. O Twitter há deixar. ;)
ReplyDeleteComo vês, a até o ódio é tratado com docura pela doce Roberta.
ReplyDeleteEste poema me dá mais certeza sobre minha antiga teoria: O ódio é apenas o amor que perdeu suas principais características.
Eu amei!
ReplyDeleteAs ânsias tão fulgázes denotam um equilíbrio desequilibrado. Um ser na nevasca do sentir, onde o ódio é só mais um refinamento... perfeito moça. Lembrou-me o "Odeio" do Caetano Veloso:
ReplyDelete"... Veio e não veio quem eu desejaria se dependesse de mim. São paulo em cheio nas luzes da Bahia. Tudo de bom e ruim. Era o fim, é o fim, mas o fim é demais também.
Odeio você, odeio você, odeio você, odeio!..."
Ai! Que ódio!
ReplyDeleteRoberta,
ReplyDeleteDescreveu meu sentimento hoje... mas acho que sinto raiva de mim, por amar tanto, e não ódio dele!
Ah, os efeitos são ... indescritíveis!
Gostei daqui...
Um beijo
http://meninamisteriosa.wordpress.com/
http://www.aceuabertodaboca.blogspot.com/
Lindo, querida. XB
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