Já faz tanto tempo...
Mas ainda arde.
Será que vai voltar o medo
nesse fim de tarde?
Pois ao tentar o desapego
e me livrar desse aconchego
perdi bem mais que o meu sossego:
perdi minha identidade.
Fiquei nua.
De todas as formas que se pode imaginar
eu fiquei nua.
Diante do seu olhar
eu fiquei nua.
E ao você partir
eu fiquei nua - De mim.
Não pela sua ausência,
mas pela minha própria indecência
de ser sua.
E o fim
não era o final da linha.
Era o começo do que sobraria.
Escombros.
Escombros e uma vaga lembrança do que eu seria
se eu tivesse ouvido a voz que me dizia
pra não entrar no barco
sem saber nadar.
Sou um naufrágio em mim mesma,
estou à deriva.
Aprendendo a respirar
debaixo d'água.
Aprendendo a sobreviver
à minha própria mágoa.
E finalmente o que ela sentia
deixou de ser ansiedade,
deixou de ser apatia.
Virou apenas saudade...
Muito bonito, Roberta. Parabéns!
ReplyDelete"se eu tivesse ouvido a voz que me dizia pra não entrar no barco sem saber nadar." Descobri que além da sua poesia tem o desenho do poema...você divide em pedaços harmoniosos e o sentido se transforma quando juntamos os pedaços como fiz agora :)Lindo.
ReplyDeletePassei aqui... Naufraguei... Mas me acolhi na ilha dos followers! :-))
ReplyDelete" observo-o partir em um barco branco... apenas o observo partir em um ponto branco..."
ReplyDeletebem assim...
Estou no meio de um naufrágio!
ReplyDeleteParabéns Roberta, pelo jeito sua inspiração voltou com tudo e que teu chefe te conceda tempo para postar com mais frequência...precisamos desses versos encantadores =)
Beijos
Adorei o texto e sua descrição no perfil!
ReplyDelete"Eu sou o que fui e senti / Somado ao que sou e sinto / Eu sou o verso de mim / Não minto"
Seguindo...
http://sincerossuspiros.blogspot.com/
Poxa, desistiu de postar?
ReplyDeletequero mais posts seus!
Poesia nova lá no blog.
http://sincerossuspiros.blogspot.com/
Muito bom, inspirador o texto, parabéns!
ReplyDeleteroberta, que poema, que poema....
ReplyDeletesó posso dizer que fiquei aqui extasiado por isso.
vou voltar, ah vou.
Você desnuda a própria alma, se mostra sem medo, uma pessoa entregue às emoções
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